Contarei a vocês hoje a tentativa de Ballabio ingressar na F1.
Em 83, já beirando os trinta anos, Fulvio foi para a F2 correr o campeonato com um velho carro da AGS, nas primeiras etapas, ele não se adaptou bem ao carro, mas com o ganhar de ritmo, sempre ficava nos Top 7 na parte final do campeonato. Entre seus concorrentes na F2 em 83 estavam: Jo Gartner, Christian Danner, Philippe Alliot e François Hesnault, todos estes conseguiram uma vaga na F1, e Ballabio?
No inicio de 84, com a verba do empreendimento de seu pai, a distribuidora Mondadori (detentora dos direitos de publicação das revista Walt Disney na Itália), Ballabio conseguiu alguns testes com a Spirit F1. O primeiro deles foi em Jacarepagua, onde as equipes vinham para o Brasil realizar testes coletivos, Ballabio pilotou junto com Emerson Fittipaldi a Spirit Hart 101.
Marcando a 21ª e penúltima colocação, Ballabio fez seu melhor tempo em 1'40"25, enquanto Fittipaldi fez 1'37"20 e ficou com o 17º tempo. Ballabio disse que o carro era realmente ruim, o motor até que tinha alguma potência, mas o chassi... era terrível. Segundo ele o carro usava os motores refugados pela Toleman e era 40km/h mais lento que o Renault de Tambay, que foi o primeiro nos testes. Mas, para Ballabio, "já estava ótimo poder andar em um F1". Quando perguntado sobre Fittipaldi, Ballabio respondeu que, ele, depois de algumas voltas no circuito, estava bem desanimado, pois o carro era realmente ruim. Seu irmão, Wilson, foi quem me deu as maiorias das dicas do traçado.
Semanas depois, Ballabio testou a Spirit, agora pintada de vermelho, em Mugello, Brands Hatch e Monza, e, segundo ele, se saiu muito melhor, mas a CSAI (Commissione Sportiva Automobilistica Italiana) negava o pedido de entrada da Super Licença, e em virtude de favores políticos, promovia outros pilotos italianos, tal qual, Mauro Baldi, o ganhador da vaga na Spirit. De acordo com Ballabio, a CSAI continuou aprontando das suas ao também negar a Super Licença para Alessandro Nannini em detrimento a Pierluigi Martini em 85.
Ainda em Fevereiro, Fulvio perde o pai com um infarto, e desiste de vez de ingressar na F1.
"No GP Brasil de 84, Baldi fez tempo de classificação pior que o de Emerson e na corrida, seus tempos eram parecidos com o meu. E olha que o carro já estava muito mais evoluído do que no inicio do ano"
Em 85 Fulvio parte para os EUA, onde corre na IMSA e na Cart, mas esta já é outra história...
Fittipaldi andando na "caquética" Spirit
O patrocínio do Topolino(Mickey) e Goofy(Pateta) vinham da Mondadori, empresa da família Ballabio
Fulvio fez o 21º tempo e só ficou atrás de Moreno com a Lotus.
[Colaboração da foto: L-A. Pandini]
Com um carro mais acertado, Ballabio se dá melhor nos testes na Europa. Aqui é Brands Hatch
Monza
GP Brasil de 84. Nem Emerson e nem Fulvio, quem corre para a Spirit é Mauro Baldi
GP da Cart em Miami 87. Depois de um desentendimento com a CSAI, Ballabio parte para os EUA
F3, F2, F1, IMSA, Cart, Rali, Motocross, corrida de barcos, Kart, entre outros. Ballabio foi bem eclético em sua carreira. Segundo ele, mais de 500 corridas no currículo.
4 comentários:
Interessante a história......totalmente off-topic: Os carros da Cart eram MUITO mais bonitos do que os F-1.
Esse Spirit vermelho eu desconhecia...
Belo post Rianov!
Somente uma leve correção ortográfica; no início do segundo parágrafo você escreveu: _" o motor até que tinha alguma potência, mais o chassi", o correto seria "mas o chassi".
Por fim Rianov preciso entrar em contato com você, mas não encontro seu e-mail em nenhum local, por gentileze entre em conmtato, o assunto é claro sobre F1. Tenho certeza que irás se interessar. Meu e-mail é: sheldonn_reis@hotmail.com. Abraços meu caro.
Esses carros da Cart são lindos. Até mesmo o carro usado na última temporada da categoria tinham a sua beleza. Já os carros utilizados na IRL... Ai meu deus, são horríveis!
Parabéns pelo blog Rianov. É maravilhoso! Fico entretido lendo as curiosidades que você posta.
Um grande abraço...
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