Com a saída dos motores turbo marcada para o fim de 88, a Ferrari tentou dar salto à frente da Honda (dominadora dos últimos anos da era turbo) e fez um carro laboratório para se adequar ao novo regulamento, a Ferrari 639. Esta Ferrari acabou sendo o primeiro carro inteiramente produzido desde que o Inglês John Barnard chegou a equipe. Oriundo da McLaren campeã de Lauda e Prost, Barnard ficou com o cargo de diretor técnico da Ferrari.
Esta Ferrari foi exaustivamente testada durante o ano de 88 por Roberto Moreno e Dario Benuzzi nas pistas de Fiorano e Balocco na Itália. Quando sobrava tempo, Gerhard Berger também pegava o volante.O maior problema encontrado pela Ferrari 639 foi cambio de 7 marchas automático, ele constantemente dava problemas durante os testes, os pilotos Benuzzi e Moreno, não conseguiam dar 10 voltas sem quebrar o cambio, relatos mais tarde revelaram que o problema esta na parte magnético do cambio automático. Com tantos problemas, a Ferrari chegou a usar o cambio 6 marchas do motor turbo da atual temporada para desenvolver a parte aerodinâmica do carro, este incumbência ficou a cargo de Moreno. Os problemas só começaram a ser resolvidos com a chegada do fim do ano e o término da temporada de 88, em Novembro, Moreno quebro o recorde da 639 em Fiorano, mas desta vez ele usou um cambio de 6 marchas automático. Outro aspecto a ressaltar na Ferrari 639 era seu motor, deixando os turbo para trás, a Ferrari voltou a usar seus famosos V12. Com o codinome ”Atmospheric”, esse motor apesar de grande e pesado, era bem potente e emitia um magnífico som! Com a chegada de 89, Nigel Mansell veio para reforçar o time para a temporada de 89, mas ele ainda teve tempo para testar a 639. Quem também testou a Ferrari foi o italiano Gianni Morbidelli. Com a temporada por começar, a Ferrari decidiu usar um cambio semi-automático para temporada e um novo conjunto aerodinâmico com novas entradas de ar. Com tantas modificações no carro original, a Ferrari mudou o nome do carro para 640, e foi com este carro que ela disputou a temporada de F1. Hoje esta Ferrari se encontra no museu de Maranello junto com outras preciosidades da escuderia, como por exemplo, a Ferrari 637 que tentou se aventurar na Indy.
Comparações melhores tempos na pista de Fiorano com a Ferrari 639 V12:
1'09"52 Dario Benuzzi
1'08"54 Roberto Moreno
1'08"56 Gerhard Berger
Último teste coletivo de 88 Melhores tempos na pista de Jerez de la Frontera:
1'22"39 Alain Prost McLaren Mp4/4B Honda
1'23"47 Emanuele Pirro McLaren Mp4/4B Honda
1'23"74 Mauricio Gugelmin March 881 Judd
1'23"92 Alessandro Nannini Benetton B188 Ford
1'24"18 Gerhard Berger Ferrari 639
1'24"29 Thierry Boutsen Williams Fw12 Judd
1'24"72 Ivan Capelli March 881 Judd
1'25"00 Riccardo Patrese Williams Fw12 Judd
1'25"17 Gerhard Berger Ferrari F.1/87-88C turbo
1'27"96 Gary Brabham Benetton B188 Ford
1'28"30 Aguri Suzuki Zakspeed Zk881 Yamaha
1'29"26 Johnny Dumfries Benetton B188 Ford
1'29"40 Roberto Moreno Ferrari F1/88A "ibrido"
Dario Benuzzi em Fiorano, cena comum em 88
Roberto Moreno seria campeão da F3000 em 88, aqui ele testa em Setembro
Entre uma corrida e outra Berger arruma tempo para evoluir a 639
O ainda garoto Morbidelli, tambem testou a Ferrari
Vindo da Williams, Mansell ainda conseguiu andar na 639 no inicio de 89
2 comentários:
Otimas fotos!
Visualmente a grande diferença entre a 639 e 640 é que o primeiro prototipo era mais estreito ,as laterais.
Lembro que a Ferrari veio para o Brasil na abertura do mundial de 89 já conformada que seu cambio não aguentaria todo GP.
O proprio Mansell brincava dizendo que o cambio era tão rapido que quando tentava passar de segunda para terceira já entrava a quinta.
Para a surpresa de todos ,inclusive para o pessoal da Ferrari ,o cambio não quebrou ,funcionou perfeitamente e Mansell venceu a corrida.
A foto do Benuzzi me lembra a Life do Bruno Giacomelli, hehehehe.
O Benuzzi não é aquele cara que era test-driver profissional, não disputando corridas em sua carreira?
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