Depois de uma dobradinha brasileira no GP Brasil, o circo vai a Espanha, onde corre a 2ª prova do campeonato.
Dominando todos os treinos, Senna com sua Lotus negra e dourada consegue sua 2ª pole position no ano. Ao lado dele, está seu compatriota, o piloto da Williams, Nelson Piquet. Mais atrás na tábua de classificação vinham Mansell, tambem de Williams, e a dupla da McLaren, com Prost em 4º e Rosberg em 5º.
No domingo, Senna faz uma excelente largada e facilmente se desgarra de Piquet, o mesmo não se pode falar de Mansell, que perde 2 posições para as McLarens logo no inicio da corrida. Enquanto Senna e Piquet iam na ponta, Mansell vinha "babando" lá de trás, deu jeito de passar as McLarens e logo depois Nelson Piquet, e, já na volta 40 de 72, Senna não resiste aos ataques de Mansell, que, numa negociação de ultrapassagem de um retardatário (Brundle), toma a ponta da corrida. Em seguida, Senna iria receber uma pressão de Piquet na luta pela segunda posição, mas a Williams de Piquet "abre o bico" logo em seguida.
Quando muitos já esperavam uma vitória tranquila de Mansell, problemas de desgastes nos pneus e cautela para conservar o motor da Williams, fizeram Senna encostar e partir para cima do "leão" para retomar a frente. A 10 voltas do fim, Senna vai com tudo para cima de Mansell e retoma a 1ª posição, Mansell ainda perde o 2º lugar para Prost na curva seguinte.
Em uma tentativa ousada e, por que não, suicida, Mansell foi para os boxes para troca de pneus. A 9 voltas do fim, Mansell teria que tirar uma desvantagem de mais de 20 segundos para Senna. E tirou. Mansell, com pneus novos, chegava a ser 4 segundos mais rápido que o piloto da Lotus, já com pneus super desgastados. Na penúltima volta, Mansell despachou Prost e foi com tudo para cima de Senna, que, numa chegada antológica, consegue-se manter na ponta da prova por míseros 14 milésimos (!) de segundo, até então, a 2ª chegada mais apertada da história da F1.
Com esse resultado, Senna consegue sua terceira vitória na categoria e assume a liderança do campeonato de 86 com certa folga. Senna 15, Piquet 9 e Mansell 6 pontos.
Dupla brasileira na 1ª fila: Senna em 1º e Piquet em 2º
Com uma boa largada Senna se mantem firme na ponta, ...
... já seu companheiro de equipe, Johnny Dumfries, se defende como pode em posições intermediárias
Mansell que largou mal vem com tudo para cima de Senna ...
... e, na volta 39, consegue a ultrapassagem
Quando todos pensavam em uma vitória absoluta de Mansell, ele novamente perde a posição para Senna e vai para os boxes para troca de pneus
Faltando 9 voltas, Mansell ignora Prost e vai com tudo para cima de Senna. Na curva final Mansell cola em Senna para sair colado na reta
Fazendo falar mais alto seu motor Honda, Mansell põe de lado para ultrapassar, mas ...
... por míseros 14 milésimos, a vitória fica com Senna.
A dupla da McLaren vai bem: Prost em 3º e Rosberg em 4º
O mesmo não se pode dizer da dupla da Ferrari. Amargando péssimas posições de largada, Johansson e Alboreto abandonam logo no inicio da prova.
Com a estreante Benetton, Berger novamente chega nos pontos. 5ª colocação para ele.
Teo Fabi, seu companheiro de equipe, também pontua, fechando a zona de pontos em 6º
Patrick Tambay se arrasta com sua Lola em uma 8ª posição a 6 voltas do líder. É o GP de despedida dos motores Hart, que só voltariam a F1 7 anos depois. A Lola usaria os Cosworth até o final da temporada.
Pódio "Tio Pepe violeiro". Senna, Mansell e Prost.
Acompanhe os melhores momentos do GP com a narração de Galvão Bueno
6 comentários:
Muito legal lembrar esse GP. Mas essa não foi a segunda pole de Senna na carreira, mas sim a nona - segunda no campeonato de 86.
Claro Daniel,
É que esse teclado aqui de casa ta com problema,huahuahuah, já corrigi!!
abraços
Isso sim é que é uma verdadeira corrida de fórmula 1. Belo posto. Grande momento do automibilismo mundial
Lembro-me bem de ver essa corrida na TV, no alto dos meus nove anos. Foi mesmo emocionante, Rianov!
Tens que fazer mais GP's memoráveis. Um Jarama 81 ou um Zeltweg 82, por exemplo, seriam optimos exemplos...
Um abraço europeu!
Speeder,
Já estou aprontando Jarama 81.
Zeltweg 82 eu já fiz
http://f1nostalgia.blogspot.com/2008/04/gps-histricos-austria-82.html
um abraço!
Rianov,
Excelente esta recordação. Muito atual hj em dia devido ao fim do reabastecimento na temporada de 2010. Percebe-se claramente como o Ayrton não só era rápido como via a corrida como um todo. Mesmo quase sem pneus segurou o Mansell no limite da bandeirada. Me corrija se estiver errado. O leão só conseguu "abrir o gás" com pneus novos no final valendo-se da Williams menos beberrona que a que a Lotus? Lembro que o Ayrton em 85 deixou de ganhar corrida por pane seca, em 86 ele sofria deste mesmo mal?
Gostaria de te sugerir uma outras duas corridas espetaculares em termos de ultrapassagens. Jerez 87 e Hungria 90.
Abs!
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