terça-feira, 31 de maio de 2011

Síndrome de Jota Erre

Os Estados Unidos estão enfrentando uma crise. Uma inflada por mim, é verdade, mas peço a tal da licença poética para elucidar os fatos. No último domingo os americanos viram um carro da Guarda Nacional, pilotado por puritano, durante a centenária prova da Indy 500, se estatelar no muro da última curva. E viu também o queridinho da América ficar sem gasolina a metros da linha de chegada em uma das mais importantes provas da Nascar.

Estava tudo pronto para a festa. Os narradores da ABC já estavam eufóricos na cabine, a torcida estava de pé para ovacionar o mais novo ídolo do esporte americano. Ele, JR Hildebrand economizou gota a gota seu combustível – etanol – para que pudesse, enfim, triunfar em uma prova da categoria.

E que prova que o jovem estreante escolheu, hein!? Era nada menos do que a mítica prova das 500 Milhas de Indianápolis, e, para ascender seu status, era o aniversário de 100 anos da corrida. Tudo, absolutamente tudo, conspirava a favor de JR, mas ele não quis vencer.

Só pode!

O americano, camuflado como soldado da nação e às vésperas do Memorial Day – dia em que são lembradas as mortes dos americanos em guerras –, iniciou a última volta com uma larga vantagem para Dan Wheldon. O frio inglês não tinha chances de faturar a vitória, não fosse alguma quebra ou um erro bisonho de JR. Mas não é que o Sobrenatural de Almeida entrou em ação?

Ao ultrapassar Charlie Kimball na derradeira última curva, sobe centímetros além do permitido e pega a sujeira da pista. Lentamente vai perdendo seu carro enquanto as 500 mil pessoas presentes no autódromo prendiam a respiração.

Bang!

Bang no muro! “Hildebrand acerta o muro!” gritavam os narradores locais enquanto a torcida colocava a mão na cabeça, não acreditando no que acabaram de ver.

Se arrastando pela reta de chegada, o combalido piloto vira presa fácil para as garras de Wheldon, que o ultrapassa a 300m da bandeirada final.

Mesmo com um carro em frangalhos, JR cruza os tijolinhos de chegada na segunda posição. Uma pena, mas o próprio piloto assumiu a culpa do ocorrido. Todos chora nos Estados Unidos.

Mas engana-se que o americano iria dormir pensando somente em JR Hildebrand. Após a corrida da IndyCar, a Nascar brindaria o público com uma prova quase que de resistência. Os 42 bólidos da categoria desembarcaram em Charlotte para a Coca-Cola 600, uma batalha com 400 voltas pelo oval da Carolina do Norte.

Lá, a três voltas do fim, os carros são autorizados a relargar após um período de bandeira amarela. Para não matar o clímax, a categoria sempre adota o esquema de bandeira verde no final, ou seja, o esquema era o seguinte: bandeira verde, branca, e depois, a quadriculada.

Desde a relargada o queridinho da América pegou a ponta para não mais largar. Já faziam 104 provas que Dale Earnhart Jr. não vencia uma prova, e tudo levava a crer que ele quebraria este hiato.

Mas, novamente na última curva da última volta, outro fato antológico acontece. O piloto que é filho da lenda do automobilismo mundial, Dale Earnhart Sr. – heptacampeão da categoria –, fica sem combustível a metros da linha de chegada, dando de bandeja a vitória para Kevin Harvick.

Dale Jr. não acredita no que acabara de acontecer. O hiato permanecia, e de fato...

... Uma síndrome de Jota Erre assola a América.

6 comentários:

Anônimo disse...

Síndrome de JR... hummm

Em Indiana (Indianápolis), em Charlote (Carolina do Sul?)... onde mais o Sobrenatural de Almeida vai atacar?

Será que na terra do JR, Dallas, Texas... ou será no mesmo estado (Texas) mas em outra cidade... Austin? O 'Circuto das Américas' que se prepare...

"Believe it or not", diria Jack Palance (em seu programa de TV)...


um abraço
Renato Breder

Teddy disse...

E pensar que o Wheldon fazia parte da equipe do Hildebrand. Tinha perdido a vaga p/ o mesmo não sei por qual circunstâncias....

Eduardo Casola Filho disse...

Foi mais duro para eles do que aquele final de 2008 do Massa em Interlagos.

Essa doeu mesmo.

Anônimo disse...

Eu acho que ganhar em Indianápolis é, para os corredores da Indy Series, como Daytona para o ganhador da Nascar, ou como o Titulo de campeão ao final da temporada de F1.

Uma pena para Hildelbrand.
FAIL...

Anônimo disse...

E o pior é que o Dale Earnhart Jr também tem o carro da National Guard...

Luiz Carlos disse...

Um Double Fail então... hehehhe