quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A aventura ‘Dywaziana’ da Aurora

1980
Piercarlo Ghinzani, Dydo Monguzzi F1 équipe
Dywa 010, Ford Cosworth DFV 3.0 V8, Goodyear
XXII Gran Premio della Loteria di Monza, Monza, Monza - Itália

(Clique para ampliar)





Como estou gostando de falar destas corridas da AFX aqui. A história de hoje remete a um dos maiores fracassos que um carro de Fórmula 1 já fez. Com vocês, o “soberbo” Dywa 01.

Em 1979, Dido (Dydo) Monguzzi chegou a quase entrar na lista de entrada para o GP da Bélgica de Fórmula 1. Seu carro era baseado em um antigo projeto próprio para a F5000 em 1974. Quem pilotaria o bólido seria Alberto Colombo, mas nada ocorreu como planejado e o projeto ficou na gaveta.

Já um ano depois, em 1980, Dydo afirmou que desta vez teria um carro montado e apto para correr. Segundo próprios relatos, a construção e montagem do Dywa 01 foi relativamente simples e fácil. O carango estava pronto para correr. Monguzzi claro, queria começar por baixo, e claro, o campeonato britânico de F1 seria ideal para isso.

Maurizio Flammini testou o carro antes deste GP em monza, porém, de cara percebeu que o local onde colocava suas nádegas era um verdadeiro fiasco, tanto que, no mesmo dia da prova, aconteceria um corriqueiro teste da F2, e ele não hesitou em ir testar a Toleman Hart ao invés de sofrer com o Dywa. Com isso, Flammini deixava o assento livre para um promissor piloto: Piercarlo Ghinzani, que em 1977 havia conquistado o campeonato europeu de F3).

O carro já era uma piada mesmo parado nos boxes. Chegou ao autódromo cheio de pompa em um motorhome translúcido e tudo mais... Porém, não houve quem não sentiu vergonha em ver um carro daqueles na pista.

Assim como em Mônaco, este GP teve seus treinos livres marcados para quita-feira de manhã. Ghinzani deu umas voltas de instalação e nada mais do que isto.

Para a sessão oficial de sábado, Piercarlo deu tudo que o carro poderia dar, mas mesmo assim, provocou risadas enquanto “rasgava” a reta dos boxes de Monza. O carro era lento demais.

5 voltas maus tarde um vazamento de óleo nos freios traseiros encerraram a qualificação do Dywa, que teve a capacidade de levar 20 segundos do 2º carro mais lento do treino, e pasmem, o piloto era um tal de Roy Baker que pilotava um Chevron de F2 (!!!).

O poleman Emilio de Villota, já usando seu clássico Williams Fw07, virou quase 40 segundos mais rápido que Ghinzani, tempo este, que para Monza, é uma eternidade.

O que me deixa mais triste é que não tenho nenhuma foto sequer de Ghinzani pilotando o carro. Se por algum acaso alguém tiver uma AutoSprint do início de julho de 1980, pr favor, dê uma conferida para ver se acha algo.

Depois do fiasco, Monguzzi não mais voltou a dar suas caras em um evento de Fórmula 1, mas anos depois, vendeu o projeto a Fulvio Maria Ballabio, que fez o igualmente sem sucesso “Monte Carlo Team” para “competir” na F3000 em 1985.

7 comentários:

Speeder76 disse...

É nesta altura que gritamos: "Ma che cazzo?..."

Mas descendo á terra, esta era uma altura em que qualquer um podia construir um carro de Formula 1 com meia dúzia de tostões, uns motores Cosworth, uma caixa de velocidades Hewland de seis velocidades, chassis monocoque de aluminio... e já está! E depois surgem estas coisas como o Dywa ou outras loucuras, algumas delas, infelizmente, viram o dia.

Verde disse...

Dywa! Um dos meus non-cars favoritos!

E ainda me deve o endereço do Ballabio, ó pseudorusso.

Arthur Simões disse...

O carro parece com o Merzario A1.

Valeu Rianov.

Manda mais "projetos não realizados"!!!

Anônimo disse...

"Se por algum acaso alguém tiver uma AutoSprint do início de julho de 1980, pr favor, dê uma conferida para ver se acha algo."

Desiste, Rianov...

O Ghinzani deve ter comprado todas (TODAS!!) as edições da AutoSprint, incluindo os originais da editora, onde haveria alguma foto dele num Dywa, para riscar essa história do mapa!

Puuuttzz!! Como a Virgin, a Hispania e a atual Lotus são "boas"!!


um abraço
Renato Breder

Anônimo disse...

Ooops!! Em tempo!!

Rianov,

na primeira e quarta fotos, dá pra ver na lateral do aerofólio traseiro a marca da GoodYear!!!

Era só patrocínio ou o Dywa 'calçava' essa borracha?

um abraço
Renato Breder

Juan Castro disse...

[i]"O carro parece com o Merzario A1."[/i]

Tem mais cara de Khausen pra mim.

Mas sinceramente, o que há de "ridículo" no carro parado? Parece um F1 absolutamente feijão-com-arroz.

Rianov disse...

Verdade Renato,

Na 2ª percebesse o "Goodyear" no pneu.

Bem observado, abraços