terça-feira, 5 de outubro de 2010

RIP: Peter Warr

1987
Pódio
XLV Grand Prix Automobile de Monaco, Monaco, Monte Carlo - Mônaco

(Clique para ampliar)


- Estou sem tempo para nada!

"Quis o destino que, no dia do 40º aniversário da primeira vitória de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1, o braço-direito de Colin Chapman daquela e de outras épocas, perdesse a vida. O britânico Peter Warr, aos 72 anos de idade, sofreu um infarto fulminante nesta segunda-feira, em sua residência na França.

Warr, que foi piloto de automóveis depois de servir o exército, tornou-se o fiel escudeiro de Colin Chapman na Lotus. Ele era o diretor da equipe quando Emerson venceu seu primeiro GP em Watkins Glen e foi graças aos esforços de Peter que o brasileiro foi campeão mundial de Fórmula 1 em 1972. Simples: basta lembrar do episódio em que o caminhão do time capotou a caminho de Monza, espalhando peças numa auto-estrada italiana e destruindo o chassi titular que Fittipaldi usaria naquela corrida. Prevenido, Warr já tinha reservado um outro caminhão com equipamentos extras na França e este veículo chegou a tempo para que Emerson não perdesse os treinos e a chance de ser campeão, como de fato foi.

Em meio à mais uma crise técnica da Lotus, Peter Warr assumiu um desafio: em 1976, deixou a equipe para coordenar a Walter Wolf Racing Team, montada pelo multimilionário austro-canadense Walter Wolf. O carro, desenhado por Harvey Postlethwaite, venceu na estreia em Buenos Aires com Jody Scheckter e o sul-africano foi vice-campeão mundial. A equipe terminou em 4º lugar no Mundial de Construtores, deixando para trás equipes tradicionais como Brabham e Tyrrell.

A Wolf ficou pouco tempo na Fórmula 1: até o fim de 1979, quando seu espólio, incluindo a oficina e parte do pessoal, foram absorvidos pela Fittipaldi, onde Peter Warr trabalhou durante todo o ano de 1980, tentando estruturar uma equipe de alma brasileira em território britânico. O dirigente logo saiu da Fittipaldi, pois no ano seguinte regressava à Lotus a convite de Colin Chapman.

peterwarr_lotus_div_30Com a morte do lendário construtor, sempre envolta em mistério, no fim de 82, Peter Warr assumiu a chefia geral das operações da John Player Special Team Lotus. Foi Peter quem trouxe para o time um jovem talentoso chamado Ayrton Senna, que deu ao time suas últimas conquistas na Fórmula 1. Porém, numa de suas raras previsões que não deu certo, o dirigente disse que Nigel Mansell, o piloto que acabara de demitir, “jamais ganharia uma corrida de automóveis”. Mansell não só ganhou 31 GPs, como foi campeão mundial em 1992 e campeão da CART em 1993.

Após um ano tecnicamente difícil em 1988, Peter Warr não resistiu às pressões e deixou a Lotus e o automobilismo no início de 1989. Rupert Mainwaring e Peter Collins assumiram o posto de Peter, que assim foi curtir uma merecida aposentadoria.

A morte daquele que é considerado por alguns “a última lenda” da história do Team Lotus, comoveu Bernie Ecclestone. “Ele foi muito importante a ajudar a Fórmula 1 a se tornar o que é hoje”, afirmou o todo-poderoso da Formula One Management (FOM)."

Rodrigo Mattar

6 comentários:

Carlos Bragatto disse...

A não ser que seja o Peter Warr dentro do carro, com capacete do Elio, o que está de fora do carro, agachado, é o francês Gerard Ducarouge, o projetista da equipe.

Carlos Bragatto disse...

Ah, e aqui uma foto bem recente do Peter Warr, suponho que seja desse ano, dele visitando o novo Team Lotus de F1

http://mein.salzburg.com/blog/poleposition/warr.JPG

Rianov disse...

Boa Carlos!

Troquei a foto!

kkkkkk

Abração

Verde disse...

RIP Banco Nacional, também. Hehe.

Rianov disse...

Alboreto e Senna, também!

ziggy-jp disse...

Li uma vez que o caminhão reserva foi deixado propositalmente no sul da França, pois a Lotus tinha medo de ter seus equipamentos apreendidos por causa das investigações da justiça italiana na morte de Jochen Rindt 2 anos antes.
Tenhos as imagens do caminhão acidentado no documentário O Fabuloso Fittipaldi.
Preciso digitalizar essa fita antes que estrague.