quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Entrevista: Philippe Adams

Hoje o F1 Nostalgia abre as portas para Leandro Verde, meu amigo e leitor aqui do Blog.
Verde fez uma sensacional entrevista com Philippe Adams, que agora transcrevo na integra para vocês!

Leandro Verde na Comunidade F1 Brasil no Orkut, dia 10 de Março de 08:

"[ESPECIAL F1B] - Entrevista com Philippe Adams
Por mim mesmo, acredite.

Sim, é isso mesmo o que você leu! Alguém da comunidade conseguiu uma entrevista com um ex-piloto de Fórmula 1! OK, não é um piloto dos mais afortunados, não é um Schumacher ou um Prost, não é sequer um Anthony Davidson, mas é uma entrevista exclusiva com Philippe Adams! Não conheço nenhum outro brasileiro que tenha feito isso!

Encontrei o e-mail do Adams ontem, por acaso, nesse site, aí tive uma idéia: me passar por jornalista e descolar uma entrevista rápida com ele. Enviei um e-mail a ele, me passando por jornalista e dizendo que queria fazer uma reportagem sobre pilotos belgas (!!). O incauto acreditou. E me respondeu hoje cedo.
Philippe foi bastante solícito ao responder meu e-mail com um texto imenso e não muito bem escrito. Seu inglês não é lá dos melhores, embora eu não possa dizer que eu tenha lá cacife para julgar os outros. Na verdade, escolhi Adams por uma razão bem interessante: ele é um cara egocêntrico, pelo que li em fóruns por aí. Quando correu em Spa, durante um período de folga, ele foi no meio da arquibancada da La Source só pra ser reconhecido pelo povo e dar uns autógrafos. Ninguém reconheceu o coitado. No entanto, sua carreira não é ruim. Na verdade, se tudo aquilo que ele diz é verdade, ele é até um bom piloto, mais um desses que nunca tiveram uma oportunidade boa na vida. Mas chega de blá-bla-blá. Vamos à entrevista.

LV-COMO COMEÇOU SUA PAIXÃO PELAS CORRIDAS E SUA VONTADE DE CORRER?
PA-Quando eu tinha 12 anos, eu e meu pai fomos para Zolder ver o GP da Bélgica de 1982. E tudo aquilo, aquele ambiente de corridas, realmente me impressionou. Daquela corrida, eu me lembro da morte do Gilles Villeneuve, mas na verdade o que mais me marcou mesmo foi a Lotus preta e dourada. Desde então eu passei a sonhar em correr na F1 pela Lotus!

LV-VOCÊ ENFRENTOU MUITOS PROBLEMAS NA SUA CARREIRA. UM DESSES PROBLEMAS FOI A FALTA DE OPORTUNIDADES NA EUROPA APÓS SUAS DUAS PRIMEIRAS TEMPORADAS NA F3 INGLESA, O QUE FEZ COM QUE VOCÊ TIVESSE DE IR PARA O JAPÃO. COMO FOI CORRER POR LÁ?
PA-É muito difícil construir uma carreira vitoriosa no automobilismo vindo de um país tão pequeno e sem indústrias automobilísticas como a Bélgica. Claro, nós temos nossas motivações e ideais, mas o que representa a Bélgica, um país com 10 milhões de habitantes, no mercado mundial automobilístico? Além disso, temos outros problemas, como os conflitos entre valões e flamengos (os dois principais povos belgas). Desse modo, eu fiz uma boa escolha ao ir para o Japão. Foi a melhor experiência da minha vida. Infelizmente, eu tinha apenas 21 anos e queria vitórias e triunfos, não apenas o dinheiro que o automobilismo japonês me oferecia. Acho que fui cedo demais para o Japão. Por causa disso, acabei voltando para a Inglaterra. O automobilismo no Japão é muito popular porque o país possui muitas indústrias automobilísticas e patrocinadores. As corridas chegavam a receber mais de 80.000 espectadores. Era um belo show. Eu realmente gostei de tudo lá, das equipes, dos pilotos e dos fãs, porque como um piloto gaijin (um estrangeiro) você acaba conseguindo seus fãs. É uma pena que o automobilismo japonês ainda seja desconhecido na Europa, que nós não vemos muitos pilotos japoneses correndo. Desde essa minha experiência, passei a valorizar o país, decorando a minha casa com objetos de lá, comendo comida japonesa com frequência, lendo livros sobre a cultura japonesa... Às vezes, eu não entendo o porquê dos pilotos estrangeiros odiarem morar lá. É um país legal, com gente legal, comida boa... No fim das contas, eu me arrependo por ter ido embora de lá, por ter perdido a oportunidade de ter construído uma carreira boa lá, mas o que eu queria mesmo era ir para a Fórmula 1.

LV-VOCÊ ACABOU VOLTANDO PARA A F3 INGLESA EM 1992 E FEZ UM BOM ANO, OBTENDO O VICE-CAMPEONATO. UM DOS SEUS ADVERSÁRIOS FOI O BRASILEIRO GIL DE FERRAN, O CAMPEÃO. COMO FOI?
PA-O campeonato de F3 em 1992 só começou a ficar bom de verdade depois que eu passei a correr pela Alan Docking Racing com um Ralt RT34 a partir da 6ª corrida. Ainda faltavam 10 corridas para o fim, e eu consegui vencer 3 delas e obter vários pódiuns que me levaram ao vice-campeonato. Só que o Gil de Ferran já estava tão à frente que não dava mais para brigar pelo título. Além disso, nós estávamos arriscando ao correr com uma carenagem reconstituída, o que foi um erro. Mesmo assim, muitas pessoas disseram que eu fui o melhor piloto da segunda parte do campeonato. Só que o Gil correu bem e não cometeu erros. Muito bem, Gil!

LV-DEPOIS DISSO, VEIO A FÓRMULA 3000 INGLESA EM 1993, E UMA POLÊMICA, UMA DISPUTA ENTRE DUAS EQUIPES (MADGWICK E ARGO) QUE CHEGOU A IMPEDIR A SUA PARTICIPAÇÃO EM VÁRIAS CORRIDAS DO CAMPEONATO. COMO FOI VENCER DIANTE DESSE PANORAMA?
PA-Ninguém conseguia me superar naquele ano. Ganhei o campeonato disputando 6 corridas das 10 possíveis e vencendo 5 delas. Foi muito bom estar no topo, com 5 vitórias, 5 poles, 6 voltas mais rápidas e o recorde da pista de Thruxton. A Madgwick era uma boa equipe, mas tinha problemas financeiros graves e acabou tendo de contratar o Mikke van Hool (belga, ex-piloto e ex-chefe da Astromega, equipe de Alonso na F3000), que trazia muito dinheiro. E ele começou a pressionar a equipe, dizendo que por trazer todo esse dinheiro, deveria ser o primeiro piloto. Aí o Franco (dono da equipe Argo), que já tinha tomado conhecimento da minha situação, me convidou para correr para ele nas duas últimas corridas da temporada. E eu venci as duas, deixei o Van Hool para trás! Eu me lembro que o Van Hool terminou em segundo em Brands Hatch, só que eu tinha vencido e ainda por cima tinha colocado uma volta em cima dele. Ele ficou louco de raiva!

LV-COMO SURGIU A OPORTUNIDADE DE CORRER NA FÓRMULA 1 em 1994?
PA-Eu sabia que, depois de conseguir bons resultados na Fórmula 3000 inglesa, já era hora de arranjar um lugar na Fórmula 1. Mas como eu não tinha empresários ou conselheiros, eu mesmo comecei a entrar em contato com algumas equipes de F1 e, depois de meses de esforço, a Lotus me veio com uma boa oportunidade (devo agradecer a Bernie Ecclestone, um grande homem). Desde que eu era criança, era meu sonho correr na Lotus, e ele estava sendo realizado! Peter Collins (diretor da Lotus) é uma excelente pessoa e a Lotus sempre praticou uma política de ajudar pilotos jovens e promissores. Eu me lembro que tivemos um encontro em Ketteringham Hall, e nós tínhamos de embarcar em um pequeno avião para 4 pessoas para ir pra lá. Eu nunca estive em um vôo tão assustador, por causa do clima horrível! Nós ficamos no antigo escritório do Colin Chapman esperando um dia inteiro pra saber se a Lotus me daria essa chance ou não. A resposta, afirmativa, só veio às 6 da tarde e eu tinha pouco tempo para fazer o molde do banco, porque no dia seguinte eu já estaria testando em Silverstone! O teste em Silverstone foi realizado debaixo de chuva bem forte e eu só consegui completar 20 voltas naquele dia. É aquele negócio: você se esforça por muitos anos, espera por boas oportunidades, até pensa que nunca vai conseguir correr na Fórmula 1 e, em um segundo, tudo muda rapidamente e você já está na Fórmula 1. Foi um grande momento!

LV-ESTREAR NA FÓRMULA 1 NO CIRCUITO DE SPA-FRANCORCHAMPS, E AINDA DEBAIXO DE CHUVA, NÃO É NADA FÁCIL. COMO ESTAVA O SEU LADO PSICOLÓGICO NAQUELE FIM DE SEMANA? QUAIS ERAM SUAS EXPECTATIVAS, DIANTE DESSA SITUAÇÃO?
PA-Em Spa, o clima também estava horrível, mas pelo menos eu conhecia a pista, visto que eu estava competindo no campeonato belga de carros de turismo (Belgian Procar) pela Audi. No entanto, correr em um Audi Quattro a 230km/h é uma coisa. Correr em um F1 a 300km/h é outra completamente diferente. Eu rodei e bati na saída da Bus Stop na minha segunda volta rápida no treino livre de sexta e perdi todo o resto desse treino. Naquele momento, eu pensei que meu fim de semana tinha acabado. No entanto, os caras da Lotus fizeram um ótimo trabalho e conseguiram consertar o carro a tempo para o primeiro treino oficial. E a cada vez que eu ia a pista, eu ia ficando mais rápido e ganhando mais experiência, visto que eu não tinha conseguido quilometragem o suficiente antes do fim de semana.
No primeiro treino de classificação, eu consegui uma boa volta e fiquei em 25º. Eu sabia que eu podia ter conseguido algo melhor. O que me atrapalhou foi não conseguir calcular o número de voltas que eu já tinha feito e quantas mais eu podia fazer (já tinha feito 7 até a pista secar, o máximo permitido era 8). Quando a pista começou a secar, eu poderia ter feito um tempo 2 ou 3 segundos mais rápido, assim como ocorreu com Rubens Barrichello, que havia conseguido sua primeira pole. No segundo treino de classificação, no Sábado, a pista estava mais lenta e ninguém, com exceção de Christian Fittipaldi, conseguiu melhorar seu tempo. Assim, eu acabei ficando com o 26º lugar após uma boa disputa com Bertrand Gachot, que pensou que poderia ter me superado só porque eu era um estreante! Poucas pessoas me viram vencer, naquele mesmo Sábado, a corrida da Procars e subir no degrau mais alto do pódio da Fórmula 1! Eu me lembro que eu tinha ido para a entrevista coletiva da FIA após o treino oficial com o meu macacão da Audi sobre o meu macacão da Lotus. O meu Audi estava me esperando para a corrida que aconteceria em minutos, então eu perguntei ao Rubens Barrichello e ao Gerhard Berger se eu podia ser o primeiro a ser entrevistado. Também pedi aos jornalistas para que fizessem apenas duas perguntas, já que eu tinha de estar na pista em 10 minutos! Quando eu entrei no Audi, a corrida estava para começar em apenas três minutos! Esse vai ser um dia no qual eu nunca vou me esquecer! Depois de vencer a corrida, eu e a Audi fizemos uma festa lá no motorhome celebrando minha primeira corrida na Fórmula 1. Você pode imaginar o trabalho que dá correr em um carro de Fórmula 1 e em um Audi da Procars, com toda aquela diferença de potência e velocidade. No desfile de pilotos, eu chorei que nem uma criança. Naquele momento, eu percebi que eu havia conseguido me tornar um piloto de Fórmula 1. A corrida foi realizada em pista seca e eu tive de aprender a dirigir o Lotus nesse tipo de condições, visto que era a primeira vez que eu andava em um carro de F1 em uma pista que não estava molhada! Eu tente manter contato com os carros da Larrousse e da Simtek e extraí uns 85% do carro, visto que eu não queria cometer erros e queria apenas chegar ao fim. Em um momento, Gounon rodou sua Simtek e eu consegui passar por ele. E ele não estava conseguindo dar o troco até que tivemos de dar passagem aos líderes na volta 19. Quando Barrichello chegou para passar, em uma descida, fui para a parte de fora do traçado. O problema é que eu havia me esquecido que havia chovido muito durante o fim de semana e, por aquela parte ser uma descida, antes da Pouhon, formou-se uma espécie de rio. Como meus pneus traseiros já estavam completamente sujos, eu perdi o controle quando freei para entrar na Pouhon e rodei, ficando na caixa de brita. Naquele momento, estava a uns 260km/h, e tudo acontece muito rapidamente, não tive qualquer chance de controlar o carro. Ali eu aprendi que, na Fórmula 1, se você se preocupa demais em ser legal com os outros pilotos, você se dá mal. Foi uma pena, porque estava sendo uma corrida legal e faltava uma volta para eu fazer uma parada de boxes. Na verdade, eu deveria ter parado uma volta antes. Eu tenho certeza de que, sem problemas mecânicos, dava pra ter terminado a corrida e obtido um bom resultado.


LV-QUAL ERA O PROBLEMA COM O LOTUS 109?
PA-O Lotus 109 Mugen-Honda não era um carro tão ruim, no fim das contas. Ele só precisava ter tido todo um desenvolvimento durante o ano (o que não aconteceu devido à falta de tempo e dinheiro). O motor era muito pesado e por causa disso o carro saía muito de frente em curvas de alta velocidade. Faltava também tração nas curvas de baixa. No entanto, a aerodinânmica e a potência do motor eram bons e o 109 era um dos carros mais rápidos em reta, como todo mundo pôde ver em Monza. Pra se ter uma idéia, eu consegui ser o décimo mais veloz (mesmo com o carro com muito downforce) na reta dos boxes em Estoril durante a corrida! Eu me lembro que Eddie Irvine tentava me ultrapassar de qualquer jeito na reta e não conseguia. Ele só me passou porque tive de deixá-lo passar por causa da bandeira azul.


LV-O QUE VOCÊ ACHOU DO AMBIENTE DA FÓRMULA 1? SEU RELACIONAMENTO COM SEU COMPANHEIRO NESSAS DUAS CORRIDAS, JOHNNY HERBERT, FOI BOM?
PA-Muitas pessoas me falavam que o ambiente no paddock da F1 era muito ruim, mas não foi o que eu achei quando estive lá. O ambiente na F1 é o mesmo que você encontra na F3000 ou na F3. Você sempre tem de estar competitivo. A única diferença é que, na Fórmula 1, você não tem tempo para mostrar suas habilidades. Se você é competitivo, a categoria te aceita. Senão, você está perdendo seu tempo. Mas, olha, do ponto de vista de um piloto, se você tem uma chance de correr na Fórmula 1, não pense duas vezes e vá em frente. Nunca se sabe o que vai acontecer no futuro.
Fiquei desapontado por não poder ter disputado o GP da Itália em Monza, por, segundo meu contrato com a Audi, ter de fazer uma corrida de Procars naquele mesmo fim de semana. O Lotus estava muito rápido em Monza e eu sabia que poderia ter tido um bom resultado e, quem sabe, poderia ter sido minha primeira corrida de verdade na F1, como um piloto competitivo. Johnny Herbert era uma das estrelas da Fórmula 1 e era o primeiro piloto da Lotus, mas era um cara legal, que sempre procurava fazer piadinhas de tudo. Nossa relação era boa.

LV-EM ESTORIL, AS CIRCUNSTÂNCIAS NÃO FORAM TÃO CRUÉIS E VOCÊ CONSEGUIU TERMINAR A CORRIDA. PARECE CLARO QUE A PISTA SECA AJUDOU, MAS O QUE MUDOU PARA ESSA CORRIDA?
PA-É, a corrida de Estoril realmente foi melhor, porque quanto mais eu ganhava quilometragem com o carro, mais rápido eu ficava. Na Fórmula 1, você deve estar bem preparado e deve ter, no mínimo, quilometragem de 4 corridas em testes antes da sua primeira corrida, o que não foi meu caso, mesmo depois do GP das Bélgica, período no qual eu acabei não testando. Hoje em dia, você vê vários pilotos andando bem em suas primeiras corridas, como Hamilton, Alonso, Kovalainen... mas poucas pessoas se lembram que eles fizeram muitos testes antes de sua primeira corrida. Em alguns casos, até mesmo uma temporada inteira de testes.
No primeiro treino de classificação, eu estava em 24º no grid, e Johnny Herbert estava em 27º, devido a problemas mecânicos. Por causa disso, Johnny teve de pegar emprestado meu carros para os últimos 15 minutos da classificação para se garantir no grid, até porque a pista, nesses últimos minutos, está devidamente aquecida e limpa. Eu estava satisfeito com o resultado. Eu sabia que podia ter melhorado no dia seguinte, mas não foi o caso, porque cometi um pequeno erro em uma freada enquanto tentava acompanhar a Benetton de Jos Verstappen. Assim, perdi metade do treino. Johnny conseguiu ficar em 22º (seu carro tinha todas as novidades e um motor muito mais leve) e eu caí para a 25ª posição no grid. Na corrida, tudo o que eu queria era chegar ao fim. Mas até isso estava difícil, porque eu estava fora de forma, com muitas dores no pescoço. Isso após apenas 32 voltas, e ainda faltavam 45! Mas, dessa vez, eu havia conseguido chegar ao fim, sem cometer erros durante a corrida. Eu fiquei feliz por todas as pessoas que acreditaram em mim, pela equipe, pelos mecânicos e pelos engenheiros, visto que os dois carros da Lotus haviam conseguido completar a corrida.

LV-A IMPRENSA BELGA, OS PATROCINADORES E OS FÃS APÓIAM E DÃO O DEVIDO VALOR AOS SEUS PILOTOS? NÃO VEMOS MUITOS PILOTOS BELGAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL HOJE EM DIA E, AO QUE PARECE, VOCÊ NÃO RECEBEU MUITO APOIO DOS SEUS COMPATRIOTAS EM SUA CARREIRA.

PA-O problema da Bélgica é que o país é dividido em duas comunidades, a dos flamengos e a dos valões. E tem Bruxelas no meio de tudo. Então, se você não está na comunidade correta, você não vai receber o apoio necessário, mesmo que você seja muito bom. Só se você for um gênio, um campeão mundial, o número um no seu esporte. E isso ocorre em todos os outros esportes. Eu diria que se você for da comunidade flamenga, você conseguirá melhores apoios e oportunidades. Enfim, é difícil entender tudo isso, ainda mais sabendo que você irá representar uma única nação em um dos esportes mais prestigiados do mundo.


LV-DEPOIS DAQUELAS DUAS CORRIDAS, VOCÊ CHEGOU A RECEBER OUTRO CONVITE PARA CORRER NA F1?
PA-Depois de Estoril, não tive outra oportunidade para correr na F1. Pelo menos, o Lotus 109 que usei naquelas duas corridas está na Antuérpia e, de vez em quando, vou visitá-lo.


LV-VOCÊ DEIXOU O AUTOMOBILISMO HÁ ALGUM TEMPO E, HOJE EM DIA, É GERENTE DE VENDAS DA SEAT NA BÉLGICA. MESMO ASSIM, VOCÊ PRETENDE VOLTAR A COMPETIR EM UM FUTURO NÃO TÃO DISTANTE?

PA-Eu tomei a decisão de parar de correr em 2002, após problemas familiares (divórcio), mas acabei participando de uma corrida chamada Legends Masters em 2005, em Zolder, um evento que reuniu vários pilotos belgas famosos, de carreira internaional. Você nunca sabe o que vai acontecer no futuro. Estou com 38 anos, mas se me oferecessem um bom carro para voltar, por que não?
Só para constar, fiz 146 corridas em toda a carreira, venci 37, obtive 39 poles e 34 voltas mais rápidas. "


Disputando posição com o brasileiro Oswaldo Negri na F3 britânica



Da-lhe Boutsen!



As vezes, nós criticamos certos pilotos ...



... por ele não ter corrido bem, nessa ou naquela corrida, mas, ...


mal sabemos o quanto de esforço e suor foi feito para que ele chegasse a esse sublime momento.



Todo piloto de F1, tem de mim, total respeito e adimiração

11 comentários:

Anônimo disse...

HUAUHAUHAHUAHUAHUAHU
A foto da camiseta do Boutsen é hilária!
UHAUHAHUAHU
Eu tenho ela em casa, em um anuário belga de automobilismo da Marlboro. É incrível como o belga, no começo dos anos 90, acreditava nele!

Valeu pelo espaço, Rianov!
Só o seguinte: tira o negócio da Quatro Rodas, que eu não quero tomar processo da Abril, hahahahaha.

Abraços.
(tô quase marcando uma entrevista com o Tommy Byrne para o podcast)

Anônimo disse...

Corrigindo: é incrível como o povo belga, no começo dos anos 90, acreditava nele!

Nerd bizarro. Pena que não me deu o MSN dele no e-mail...

Felipão disse...

Fantástico, Rianov!!!

Rianov disse...

Uau! Tommy Byrne!!
Se tiver a oportunidade, pergunta como foi o teste que ele fez na McLaren em Silverstone 82! Ele foi mais o mais rápido no teste, foi quase 1 segundo mais veloz que Boutsen, o segundo mais rápido.

Abraços

Anônimo disse...

Beleza. Aliás, não quer participar, não?

Rianov disse...

Obrigado pelo convite, mas meu inglês não é tão bom assim, hehehe
vou deixar pro meu jornalista favorito! kkkkkkkkk
E a do Antonio Tamburini?

Unknown disse...

kra esse blog é uma coisa que caiu do ceu.
é muito bom existir espaços como esse pra gente reviver esses maravilhosos momentos que existiu na formula 1

Speeder76 disse...

Estea entrevista é fabulosa. Aliás, é incrível como fazem algo a um "F1 Reject" como o Adams... imperdível e unico.

Germano disse...

huhahahahahahaha...eu lembro desse tópico

Anônimo disse...

A gente diverge sobre respeito aos pilotos, mas no fundo gostamos de todos...
Rianov, migrei meu blog e se pudesse gostaria que você atualizasse meu endereço ou mesmo criasse um link para ele. Ficaria muito honrado também em ter comentarios seus por lá...
www.blogdogroo.blogspot.com
brigado.

L-A. Pandini disse...

Compartilho com você: todo mundo que senta em um F1 (digo mais: em qualquer carro de corrida) merece respeito. É fácil criticar com base em leitura de jornal e revista, mas poucos sabem quando suor é necessário para sentar em um carro de corrida - ainda mais um F1.

Bela entrevista, parabéns! (LAP)